Pelas sombras
Ao Padre Francisco de Paula:
C'est que je suis frappé du doute.
C'est que l'étoile de la foi
N'éclaire plus ma noire route.
Tout est abime autour de moi!
(La Morvonnais)
Senhor! A noite é brava... a praia é toda escolhos.
Ladram na escuridão das Circes as cadelas...
As lívidas marés atiram, a meus olhos,
Cadáveres, que riem à face das estrelas!
Da garça do oceano as ensopadas penas
O mórbido suor enxugam-me da testa.
Na aresta do rochedo o pé se firma apenas...
No entanto ouço do abismo a rugidora festa! ...
Nas orlas de meu manto o vendaval s'enrola. . .
Como invisível destra açoita as faces minhas...
Enquanto que eu tropeço... um grito ao longe rola...
"Quem foi?" perguntam rindo as solidões marinhas.
Senhor! Um facho ao menos empresta ao caminhante.
A treva me assoberba... O' Deus! dá-me um clarão!
____
E uma Voz respondeu nas sombras triunfante:
"Acende, ó Viajor! — o facho da Razão!"
____
Senhor! Ao pé do lar, na quietação, na calma
Pode a flama subir brilhante, loura, eterna;
Mas quando os vendavais, rugindo, passam n'alma,
Quem pode resguardar a trêmula lanterna?
Torcida... desgrenhada aos dedos da lufada
Bateu-me contra o rosto... e se abismou na treva,
Eu vi-a vacilar... e minha mão queimada
A lâmpada sem luz embalde ao raio eleva.
Quem fez a gruta — escura, o pirilampo cria!
Quem fez a noite — azul, inventa a estrela clara!
Na fronte do oceano — acende uma ardentia!
Com o floco do Santelmo — a tempestade aclara!
Mas ai! Que a treva interna — a dúvida constante —
Deixaste assoberbar-me em funda escuridão! ...
E uma Voz respondeu nas sombras triunfante:
"Acende, ó Viajor! a Fé no coração!..."
Ladram na escuridão das Circes as cadelas...
As lívidas marés atiram, a meus olhos,
Cadáveres, que riem à face das estrelas!
Da garça do oceano as ensopadas penas
O mórbido suor enxugam-me da testa.
Na aresta do rochedo o pé se firma apenas...
No entanto ouço do abismo a rugidora festa! ...
Nas orlas de meu manto o vendaval s'enrola. . .
Como invisível destra açoita as faces minhas...
Enquanto que eu tropeço... um grito ao longe rola...
"Quem foi?" perguntam rindo as solidões marinhas.
Senhor! Um facho ao menos empresta ao caminhante.
A treva me assoberba... O' Deus! dá-me um clarão!
____
E uma Voz respondeu nas sombras triunfante:
"Acende, ó Viajor! — o facho da Razão!"
____
Senhor! Ao pé do lar, na quietação, na calma
Pode a flama subir brilhante, loura, eterna;
Mas quando os vendavais, rugindo, passam n'alma,
Quem pode resguardar a trêmula lanterna?
Torcida... desgrenhada aos dedos da lufada
Bateu-me contra o rosto... e se abismou na treva,
Eu vi-a vacilar... e minha mão queimada
A lâmpada sem luz embalde ao raio eleva.
Quem fez a gruta — escura, o pirilampo cria!
Quem fez a noite — azul, inventa a estrela clara!
Na fronte do oceano — acende uma ardentia!
Com o floco do Santelmo — a tempestade aclara!
Mas ai! Que a treva interna — a dúvida constante —
Deixaste assoberbar-me em funda escuridão! ...
E uma Voz respondeu nas sombras triunfante:
"Acende, ó Viajor! a Fé no coração!..."
(António de Castro Alves)
8 Comments:
É bom que venhas Aveiro pra eu te bater!!!
Que 27º??? fiz 26...:)já me queres ver mais velha..
Beijinho grande pa ti..
Eu sei que fizeste 26 !! lol
Completaste o 26.º, e iniciaste o 27.º!! ah pois é, eu tb queria.. eheheh
Beijinho grande :D
Hey, acheiiiiiiiiiiiiii!!
weeeeeeeee
Então quem cantou na novela foi Mart'nalia, mas a musica é da Ana Carolina e chama.se "Cabide"
E se eu fingir e sair por ai na noitada, me acabando de rir
E se eu disser que não digo, e não ligo, e que fico e que só vou aprontar
É que eu sambo (mando) direitinho, assim bem miudinho,
Cê não sabe acompanhar (sei que você vai gostar)
Vou arrancar sua saia (blusa) e pôr no meu cabide só pra pendurar
Quero ver se você tem atitude e se vai encarar
(Quero ver se você tem atitude e se vai encarar)
E se eu sumir dos lugares, dos bares, esquinas e ninguém me encontrar
E se me virem sambando até de madrugada e você for até lá
É que eu sambo direitinho assim bem miudinho, cê não sabe acompanhar
Vou arrancar sua blusa e pôr no meu cabide só pra pendurar
Quero ver se você tem atitude e se vai encarar
Chega de fazer fumaça, de contar vantagem
Quero ver chegar junto pra me juntar. Me fazer sentir mais viva.
Me apertar o corpo e a alma me fazendo suar.
Quero beijos sem tréguas
Quero sete mil léguas sem descansar
Quero ver se você tem atitude e se vai me encarar.
hehehe
E agora vou já saca.la!!
hohohoho
=D*
eu gostei da letra e da música, grazie cara Plim! :D
E não é que já a tenho? hehe
belissima!!
=*
Lindo este poema, querido!
Desconhecido para mim... :)
CA tb escreveu...
"Quando penetro na floresta triste,
Qual pela ogiva gótica o antiste,
Que procura o Senhor,
Como bebem as aves peregrinas
Nas ânforas de orvalho das boninas,
Eu bebo crença e amor!..."
Affettuoso bacio per te, amore di mia vita...
E pronto..acho que li até onde tinha ficado.
Não resisti...:)
Beijinhos
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