12 setembro 2007

A minha primeira paixão



É engraçado relembrar agora os meus quinze anos... e da primeira vez que meu universo irristivelmente silenciou e cegou totalmente em redor daquela miuda da longa trança de ouro, que subia as escadas da escola, rumo a aula que iamos ter... era da minha turma, mas estranhamente nunca eu tinha reparado nela assim, daquela forma, até aquele "fatidico" dia, já o ano escolar ia a meio... lembro-me agora, com aquela nostalgia de tempos em que ainda o coração tinha sido poupado das mágoas...

Hoje, nem sei bem porquê, apetece-me escrever toda a minha longa caminhada até este meu presente (nos dois sentidos da palavra), conhecida nestas bandas pelo nome de Angélica... escrever para agradecer à vida, pois nada foi em vão... nunca nada o é... nunca mesmo... e talvez exorcisar de vez esta revolta de profundas raizes no passado e que me vence ainda muitas vezes...

Claro que, para não fugir à norma, com cinco anos de idade já tinha tido uma amiguinha especial, na escola, mas isto nada tinha a ver... ali, ao subir aquela escada, aquela trança prendeu-me o coração e não só...

E ai, como acontece ao comum dos mortais naquelas idades e noutras até à morte (que como já se desconfia, não resolve nada mesmo), também comigo assim foi que, além da beleza da menina e da sua trança, de seu sorriso expressando a alegria da mocidade despertando para o patamar superior dessa idade do ser humano que é a terrivel adolescência, também eu me perdi de amores, na minha primeira maré alta da paixão e do desejo...

Só muitos anos depois iria eu descobrir a diferença entre desejo, paixão e amor... mas ainda hoje não saberei dizer se então era apenas parte ou totalidade deste trio arrebatador!


Mas a primeira paixão é sem dúvida inesquecível para todos nós, não?
Claro que, na minha história pessoal, não deu em nada, pois nunca ganhei então a coragem para ir conhecer e falar com a menina... No entanto, ela foi a razão mais forte para eu sair da cama todas a manhãs e ir feliz para as aulas pelo resto daquele ano escolar... Mesmo assim, lá consegui eu ouvir o que diziam os meus professores e passar de ano sem dramas...

Chamava-se Helena e a sua longa trança parecia-me ser da cor do fogo...

6 Comments:

Blogger Ana said...

=)

Nos meus tempos de escola, fui muito apaixonada por um rapaz.
Foi o meu primeiro amor.
Durante quatro gostei dele. Mas gostava mesmo ao ponto de fazer a minha mãe levantar.se de manhã ao domingo para me ir deixar no campo de futebol para o ver jogar.

O mais engraçado é que ele nunca reparou em mim daquela forma que eu tanto queria e só soube desta minha paixão meses depois de eu ter conhecido o meu primeiro namorado. E sabes o melhor? Ele procurou.me... mas como todas as paixões que se prezem e aquela não foi diferente, a minha por ele um dia terminou.

Hoje ele tem namorada e sempre que o vejo não há como não esboçar um sorriso... afinal de contas durante quatro anos (não é brincadeira) eu vivi para ele sem ele saber de nada!

14 setembro, 2007 00:48  
Blogger Mabi said...

És um poeta sem absolvição, estás invariavelmente preso à musicalidade das palavras e eu adoro ler ou ouvir :)

Já é a segunda vez que te acompanho pelas escadas, imaginando-te diante dela com os sentimentos novos em confusão...

Queria recordar assim o meu tempo a exemplo deste, mas minha memória nunca foi invejada por ninguém... talvez não tenha sido tão marcante quanto o teu... tenho, contudo, a lembrança tua, dos nossos primeiros e mágicos momentos... os guardo com carinho :)

Beijinhos doces e carinhosos pra ti, amor da minha vida :)

14 setembro, 2007 02:27  
Blogger Orfeu said...

Plinzinha, de facto, na nossa primeira maré da paixão, há que aprender a nadar, e se a mãe ajuda no Domingo, tanto melhor :)
Eu não nadei quatro anos, mas se morri afogado bem cedo, também resuscitei ainda nesse mesmo ano, alguns poucos meses depois...

Nunca mais a vi depois daquele ano, e se hoje lembro-me daquela trança e sorrio também, é pensando no meu grande amor pela Angélica, na minha doce Rapunzel e na sua linda trança que certos dias lhe apetece usar para me encantar ainda mais :) coicidências...

25 setembro, 2007 21:05  
Blogger Orfeu said...

Querida Angélica, como esquecer cada momento que vivo ao teu lado? esses primeiros momentos, é bem verdade, são uma lembrança saborosa que guardo em lugar especial no meu coração :)

Engraçado verificar como tudo na minha vida me encaminhou para este nosso amor imenso de generosidade e reciprocidade :)

O meu presente és tu, tu és o meu presente, e o nosso futuro será aquilo que nos fizermos com esta dádiva :)

Amo-te, mais e tanto, e verifico ao teu lado esta verdade: o amor é a essência de tudo que existe e vive na harmonia da criação :)

25 setembro, 2007 21:15  
Blogger Mabi said...

Amore mio, sue parole mi invadono l'anima con felicità e reciprocità immense :)

És bem uma benção que me foi concedida por Deus e nosso eterno presente (tempo) será sempre um verdadeiro presente (dádiva) porque assim o desejamos... o futuro pode tornar-se diferente... talvez o amor cresça, expandindo-se e espalhando alegrias... ;)

Quanto às tranças, também elas tiveram seu lugar de destaque na nossa aproximação, não é? Foi através delas que me resgataste da torre... não as cortarei nunca... ;)

Innamorati baci per te!!

28 setembro, 2007 19:20  
Anonymous Anónimo said...

Olha que nome bonito ela tinha!!:)
As primeiras paixões são sempre tão inocentes...
Gostei deste momento do teu passado.
Beijinho

07 outubro, 2007 19:51  

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