09 outubro 2007

Rapunzel da Laguna



Acendi ao Negrinho do Pastoreio
A minha vela, perdido na solidão…
E do céu a Estrela do Pastor veio…
E sorriu p´ra mim, lá do Saco de Carvão

Velando teu sono, o Cruzeiro do Sul,
Enquanto a Estrela Polar, p´ra cá do mar,
Deste lado do imenso abraço azul,
Guiava meus sonhos d´eterno navegar…

O Negrinho é afilhado da Virgem,
E p´lo Guri, p´la madrinha auxiliado,
O que se perde, aqui nesta romagem,
O que se desperdiça, é encontrado…

Meu grande amor, minha linda bailarina,
Noutra vida, noutro horizonte, sumiu…
Eu, nesta, peregrinei na triste sina
Da noite órfã de lua que outrora luziu…

Um dia, o Negrinho achou-te p´ra mim,
Ou achou-me p´ra ti – quem, perdido, estava?
Semeou nossos caminhos com gergelim,
E naquela manhã, quem p´ra mim olhava

Eras tu, ali no meio da multidão,
D´olhos tímidos, tão cheios d´esperança!
Neles, tive meu baptismo de imensidão
E, de novo, eu sou gulosa criança!

É do favo de mel, de ímpar cor de âmbar…
É do cacau, aveludado de avelã…
E é da paçoca, morena d´além-mar…
Essa cor doce e profunda d´Alma-irmã,

Que fluí, cheia, imensa, do teu olhar,
E sonha, em frente ao Mar do velho mundo
De poeira seca e d´estreito navegar,
Resgatar do além o amor naufragado...

Néctar de vida mil vezes renascido,
P´la íris teu coração espreita, exposto,
E saboreio-lhe o brilho quente, vertido
P´los cremosos sóis qu´iluminam teu rosto…

Clara candeia da pauta do meu canto,
Dessas duas escuras maças gostosas
Doas-me a luz pura, num suco secreto
E polvilhado d´esperanças formosas,

E do meu destino, com sábio pincel,
A tela renovas em sublime lavor,
Quando p´la tua longa trança, Rapunzel,
Subo à janela do recíproco Amor…

O teu riso é orvalho que me faz sonhar
Com este Mar terreno, maravilhado
Pelos caminhos ainda por navegar,
Ao descobrir beleza no velho mundo…


(DV – 9 de Outubro de 2007)



io ti aspettavo qui, dolce amore di mia vita!

07 outubro 2007

Cuidar do meu jardim



Quando depositamos
muita confiança
ou expectativas
em uma pessoa,
o risco de se decepcionar
é grande.

As pessoas
não estão neste mundo para
satisfazer as nossas expectativas,
assim como não estamos aqui para
satisfazer as dela.
Temos que nos bastar...
nos bastar sempre
e quando procuramos estar com alguém,
temos que nos conscientizar
de que estamos juntos porque gostamos,
porque queremos e nos sentimos bem,
nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam,
elas se completam...
não por serem metades,
mas por serem inteiras,
dispostas a dividir
objetivos comuns,
alegrias
e vida.

Com o tempo,
você vai percebendo
que para ser feliz com a outra pessoa,
você precisa em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquela pessoa que você ama
(ou acha que ama) e que não quer nada com você,
definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você,
a cuidar de você,
e principalmente
a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas
e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas,
você vai achar
não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você!

(Mario Quintana)

03 outubro 2007

Sai poema em breve...

... para a minha Rapunzel querida :)
Favor não desconcentrarem o autor apaixonado!